sábado, 15 de agosto de 2009

As distrações na Igreja — as tentações — 1861

Na noite de 24 de novembro de 1861, conforme refere Dom Ruffino. (São) João Dom Bosco contou um sonho, começando assim:
Os sonhos se têm dormindo; portanto, eu estava dormindo. Minha imaginação levou-me à igreja onde estavam reunidos todos os jovens. Começou a Missa e eis aqui que vi muitos criados vestidos de vermelho e com chifres, isto é, a numerosos diabrinhos que davam voltas entre os jovens como que oferecendo-lhes seus serviços.
A uns apresentavam um jogo; diante de outros os faziam dançar; a este ofereciam um livro, àquele castanhas assadas. A quem, um prato de salada ou um baú aberto no ual tinham guardado uma parte de mortadela; a alguns sugeriam a lembrança do povo natal, a outros sussurravam ao ouvido as incidências do último partido de jogo, etcétera, etcétera.
Alguns eram convidados a tocar o piano, alguns aceitavam o convite; a outros levavam ao compasso da música; em soma, cada jovem tinha seu próprio servente que convidava-lhe a realizar atos alheios à igreja. Alguns diabrinhos estavam também encarapitados sobre as costas de certos jovens e se entretinham em lhes acariciar e alisar-lhes os cabelos com as mãos.
Chegou o momento da Consagração. Ao toque da campainha todos os jovens se ajoelharam desaparecendo os diabrinhos, à exceção dos que estavam sobre os ombros de suas vítimas. Uns e outros voltaram o rostro para a porta da igreja sem fazer ato algum externo de adoração.
Terminada a Elevação, eis aqui que volta-se a repetir a cena anterior, reatando os passatempos e voltando a desempenhar cada criado seu papel.
Se quiserem que lhes dê uma explicação deste sonho, ei-la aqui: acredito que nele estão representadas as diversas distrações às que, por sugestão do demônio está exposto cada jovem na igreja. Os que não desapareceram no momento da Elevação, simbolizam aos jovens vítimas do pecado. Estes não necessitam que o demônio lhes apresente motivos de distração, porque já lhe pertencem; por isso, o inimigo lhes acaricia, o que quer dizer que suas vítimas são incapazes de fazer oração.
M. B. Volume VI, págs. 1060-1061)

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