sábado, 15 de agosto de 2009

Os Colaboradores de Dom Bosco — 1862

(São) João Dom Bosco assegurava, com muita freqüência, que o Senhor realizaria todos seus intuitos sobre o Oratório servindo-se dos jovens a ele pertencentes.

Dom Pablo Albera recorda uma das conferências daquele tempo dada ao pessoal, pertencente à
incipiente Sociedade Salesiana, a qual produziu um efeito extraordinário entre os ouvintes.

Nela contou (São) João Dom Bosco a seus filhos que tinha tido um sonho.
Um sonho no qual pareceu ver-se rodeado de jovens e de sacerdotes. Havendo-lhes proposto que ficassem em caminho para subir a uma alta montanha que encontrava-se um pouco distante, todos manifestaram-se conformes. Na cima da mesma estavam preparadas as mesas para um esplêndido banquete que seria animado com música e outros festejos. Começaram todos a viagem; a subida era difícil e fatigante, semeada de obstáculos às vezes difíceis de superar e outras quase impraticáveis a causa do cansaço, de forma que ao chegar a determinado lugar todos sentaram-se.
(São) João Dom Bosco também sentou-se, e depois de animar a seus companheiros a continuar a ascensão, ficou de pé e reiniciou a marcha a um passo apressado. Mas havendo-se voltado para ver os que o seguiam, comprovou que todos o tinham abandonado, deixando-o sozinho. Baixou imediatamente e foi em busca deles e depois de reuni-los novamente, encaminhou-os outra vez para a cima áspera; mas logo mais o abandonaram.
Então pensou que tinha que subir àquela altura, não mais sozinho, mas em companhia de outros muitos. Aquela é minha meta... esta é minha missão... Como farei para levá-la a cabo? Já compreendo!
Os primeiros em me seguir foram pessoas recolhidas, virtuosas, de boa vontade, mas às quais não tinham sido provadas e que, portanto, não tinham meu espírito, não estavam acostumados a superar os atalhos difíceis, não estavam unidos entre si nem comigo mediante a prática de especiais virtudes... Por isso, abandonaram-me... Mas eu porei remédio a este fracasso... Este incidente causou-me grande amargura... Já vejo o que tenho que fazer... Só posso contar com os que forem formados por mim... Por isso, voltarei para as encostas do monte... Reunirei a muitos meninos; far-me-ei amar deles; adestrá-los-ei para que saibam suportar sem desanimo provas e sacrifícios... Obedecer-me-ão de boa vontade... subiremos juntos ao monte do Senhor.
E dirigindo-se de uma maneira especial aos que estavam ali congregados, assegurou-lhes que tinha posto neles suas esperanças e durante um bom espaço de tempo, os esteve animando com palavras animadas, a que fossem fiéis à sua vocação, em vista das incontáveis graças que a Virgem lhes concederia e do prêmio seguro que o Senhor lhes tinha preparado.
Entre aqueles jovens que tinham respondido prontamente e com devoto entusiasmo à chamada de (São) João Dom Bosco, estava o diácono José Bongiovanni, o promotor da Companhia da Imaculada, fundador e presidente da Companhia do Santíssimo Sacramento e do Clero Infantil, que foi ordenado sacerdote a 20 de dezembro daquele ano (1862).
(M. B. Volume VII, págs. 336-337)

Nenhum comentário:

Postar um comentário