sábado, 15 de agosto de 2009

O sonho das duas casas — 1861

No mês de maio de 1861 se fez uma vez mais evidente o amparo da Maria Auxiliadora sobre o Oratório.
Carlos Buzzetti estava terminando as últimas construções que lhe tinham sido confiadas e levava os trabalhos com tal rapidez que, no mês de novembro, as obras estavam terminadas. Contudo, estava dando os últimos retoques num porão que serviria de cantina; e estando nestes trabalhos, um dos arcos cedeu. Era pleno dia e os pedreiros estavam tirando um arco de sustentação do mesmo. Um dos operários ficou suspenso no ar por uma travessa, mas deslizando-se sobre o mesmo pôde chegar ao vão de uma janela. O outro ficou pendurado por uma parte do arco que não chegou a desprender-se. Um terceiro esteve a ponto de ser alcançado por uma viga, mas esta, ao cair, ficou apoiada no muro a pouca distância do afortunado. O quarto ficou sepultado sob um montão de escombros. Ao ouvir o barulho produzido pelo desmoronamento acudiu pessoal de todas partes da casa. Temia-se que um dos pedreiros estivesse ferido gravemente ou morto sob o peso dos tijolos. Com grande inquietação começaram a tirar os escombros. Graça singular da Maria! O operário foi extraído sem ferida grave alguma. As poucas contusões sofridas desapareceram logo e sua saúde não sofreu quebranto algum.
Conforme conta Anfossi, também (São) João Dom Bosco ao ouvir o ocorrido acudiu imediatamente, mas ao encontrar-se com o Buzzetti; que vinha a lhe comunicar que não tinha acontecido desgraça alguma, sorrindo, segundo seu costume, disse:
— O demônio quis colocar o rabo uma vez mais, mas adiante, nada terão que temer.
Algumas noites depois deste incidente, (São) João Dom Bosco teve um sonho que lhe recordou outro que havido em 1856 quando se derrubou parte do edifício em construção.
Pareceu-lhe encontrar-se em sua habitação preocupado por aquela catástrofe, quando viu entrar o Cônego Gastaldi, que lhe disse:
— Não se aflija pelo desabamento da casa.
(São) João Dom Bosco o olhou fixamente, sentindo saudades daquelas palavras, e o cônego, depois de fitá-lo, continuou:
— Não se aflija pelo desabamento da casa; pois surgirão duas: uma para os sãos e outra para os doentes.
O (Santo) recordou sempre este sonho e esta promessa, persuadido de que com o tempo se levantaria perto do Oratório uma Casa hospital, grande ou pequena não importava, provida de todo o necessário para atender aos salesianos e aos alunos doentes.
(M. B. Volume VI, pág. 947)

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