sábado, 15 de agosto de 2009

Uma morte anunciada — 1863

Uma morte anunciada — 1863

Copiamos da crônica de Dom Ruffino:

"No dia 1 de novembro (1863), de noite, (São) João Dom Bosco contou aos jovens de uma maneira um tanto jocosa, um breve sonho que tinha tido, com estas palavras:

Não sei se foi motivado pelo pensamento da festividade dos Santos e da comemoração dos fiéis defuntos, o certo é que a noite passada sonhei que morreu um jovem e que eu o acompanhava à sepultura.

Não lhes quero dizer com isto que algum de Vós deva morrer imediatamente; mas posso assegurar que tive vários destes sonhos e todos se realizaram.

Dois dias depois (São) João Dom Bosco voltou a falar sobre a morte e disse:

— Nós estamos acostumados a fazer um pouco de bem e a preparar um fundo de orações em favor daquele que morra primeiro na casa. Também agora devemos fazer o mesmo. Não quero dizer que em breve teremos que lamentar o passo à eternidade de quem deva gozar deste depósito espiritual, mas isto acontecerá. Por isso, ao tal, preparemos-lhe um capital que produza muito fruto.

Quem fique neste mundo alegrar-se-á de permanecer entre os vivos; e o que morra sentir-se-á contente de encontrar-se com os sufrágios preparados de antemão".

"(São) João Dom Bosco — continua a crônica de Dom Ruffino — propunha aos jovenzinhos todas as noites uma pequena devoção para praticar. A primeira naquela ocasião foi o ajudar às almas do Purgatório.

Em 25 de novembro tinha morrido no Colégio do Mirabello o jovem Antonio Boriglione, de oficio sapateiro, de dezoito anos de idade, o qual tinha sido enviado do Oratório ao Mirabello para que se restabelecesse em sua quebrantada saúde e para que ao mesmo tempo se ocupasse de algum trabalho manual.

(São) João Dom Bosco assegurou publicamente que não era Boriglione ao que tinha feito referência no sonho e que o que teria que morrer conforme tinha indicado a princípios de novembro em seu relato, estava já avisado, ao menos de uma maneira indireta, para que se preparasse".

A crônica de Dom Ruffino continua em outro lugar:

"Até hoje não soubemos no Oratório a morte do Luis Prete, natural do Agliano, à idade de vinte anos. Desde fazia algum tempo encontrava-se doente em sua casa. Passou à eternidade em cinco de dezembro.

Ao comunicar a infausta nova à comunidade, (São) João Dom Bosco disse:

— Não será o jovem Prete o indicado no sonho? Nem o afirmo nem o nego. O único que asseguro-lhes é que nesta casa os moços morrem de dois em dois; o que não quer dizer que agora vá acontecer o mesmo, mas sim temos que admitir que assim aconteceu sempre. Quando falece um aluno, aos quinze ou vinte dias vai à eternidade outro. Agora veremos se acontece o mesmo.

Talvez este segundo jovem foi Francisco Besucco, que faleceu santamente em 9 de janeiro de 1864".

(M. B. Volume VII, pág. 550)

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