sábado, 15 de agosto de 2009

O Sonho dos pães; São João Bosco conhece em sonhos o estado das consciências dos seus jovens — 1857

Eis aqui —escreve Dom Lemoyne— o que nos contaram em certa ocasião Dom Domingo Bongiovanni, o [Beato] Miguel Rúa e Mons. Cagliero.
"Um dia [São] João Dom Bosco disse em público que nos tinha visto a todos comendo, distribuídos em quatro grupos distintos. Os jovens que integravam cada grupo tinham na mão um pão de diferente qualidade. Uns comiam um pãozinho recente, fino, saboroso; outros, um pão ordinário; quem um pão negro, de farelo de cereais, e, por último, os últimos um pão coberto de mofo e bichado.
Os primeiros eram os inocentes, os segundos os bons; os do pão de farelo de cereais, os que se encontravam em desgraça de Deus, mas que não estavam habitualmente em pecado, e os do último círculo ou grupo, os que, estancados no mal, não faziam esforço algum para trocar de vida".
"[São] João Dom Bosco, depois de explicar a causa e os efeitos de tais mantimentos, assegurou que recordava perfeitamente que classe de pão comia cada um de nós, acrescentando que se íamos pergunta- lhe nos diria isso particularmente na forma em que nos viu. Muitos, em efeito, apresentaram-se a ele e o Santo foi manifestando o lugar que ocupava no sonho, dando tais observações e detalhes sobre o estado das consciências dos consulentes, que todos ficaram persuadidos de que o que [São] João Dom Bosco tinha visto não era uma ilusão, nem muito menos uma hipótese temerária, mas a completa realidade.
Os segredos mais ocultos, os pecados calados na confissão, as intenções menos retas ao obrar, as conseqüências de uma conduta pouco recatada; como as virtudes, o estado de graça, a vocação, em soma, tudo que se referia a cada uma das almas de seus jovens, ficava manifesto e profetizado. Os jovens ao escutar ficavam como fora de si pelo estupor, e depois de suas entrevistas com o Santo, exclamavam como a Samaritana: Dixit mihi omnia quaecumque feci. Estas afirmações ás ouvimos repetir mil e mil vezes durante anos e anos".
Os jovens manifestavam às vezes a algum companheiro de maior confiança o aviso ou confidência que São João Bosco lhes fazia, mas o Santo jamais descobria estes segredos a outros.
O sonho anteriormente exposto, que se repetiu várias vezes em formas diversas, enquanto lhe ocasionava alguma pena, ao lhe fazer ver algum espetáculo desagradável, oferecia-lhe também a segurança de que um grande número de seus jovens vivia habitualmente na graça de Deus.
(M. B. Tomo V, págs. 723-724)

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