sábado, 15 de agosto de 2009

Predição de uma morte — 1862

Escreve Dom Bonetti:
"Em 21 de março de noite, (São) João Dom Bosco subiu a sua pequena tribuna para dar a boa noite aos jovens. depois de fazer uma breve pausa, para tomar fôlego, começou:
Tenho que lhes contar um sonho. Figurem-se a hora do recreio no Oratório em que se ouvem animadíssimos gritos de júbilo por toda parte. Parecia-me estar apoiado na janela de minha habitação observando a meus jovens, que iam e vinham pelo pátio e divertiam-se alegremente jogando, correndo e saltando.
Quando de repente ouvi um grande estrépito à entrada da portaria e dirigindo lá o olhar vi entrar no pátio a um personagem, de elevada estatura, de frente espaçosa, com os olhos estranhamente afundados, larga barba e uns cabelos também brancos e espaçados que da cabeça calva lhe caíam sobre os ombros. Apareceu envolto em um manto fúnebre que apertava contra o corpo com a mão esquerda, enquanto que na direita levava uma tocha com uma chama de cor azul escura. Este personagem caminhava lentamente, com gravidade. Às vezes se detinha e com a cabeça e o corpo inclinado olhava a seu redor como se procurasse algo que tivesse perdido.
Nesta atitude percorreu o pátio dando algumas voltas e passando por entre os jovens que continuavam seu recreio.
Eu encontrava-me estupefato, pois não sabia quem fosse e por isso não lhe tirava a vista de cima.
Ao chegar ao sítio por onde agora se entra na oficina de carpintaria, deteve-se diante de um jovem que estava jogando com outros e estendendo seu comprido braço aproximou a tocha do rosto do moço.
— Este é — disse, e inclinou e levantou duas ou três vezes a cabeça.
Sem mais, deteve-se naquele ângulo e apresentou-lhe um papelzinho que tirou de entre as dobras do seu manto.
O jovem tomou o bilhetinho, desdobrou-o e começou a ler enquanto trocava de cor, ficando completamente pálido e perguntando seguidamente:
— Quando? Logo ou tarde?
E o velho, com voz sepulcral, replicou-lhe:
— Vêem. Já soou a hora para ti.
— Posso ao menos continuar o jogo?
— Até durante o jogo podes ser surpreso.
Com isto aludia a uma morte repentina.
Tal jovem tremia, queria falar, desculpar-se, mas não podia.
Então o espectro, deixando cair uma ponta de seu manto, assinalou com a mão esquerda o pórtico.
— Vês ali? — disse ao jovem —. Aquele ataúde é para ti. Logo, vêem.
Via-se a caixa mortuária colocada no centro do portal que dá entrada ao pátio.
— Não estou preparado; sou ainda muito jovem — gritava o moço.
Mas o outro, sem proferir uma palavra mais, saiu depressa do Oratório, de forma mais precipitada da que tinha entrado.
Quando ausentou-se o espectro e enquanto pensava eu quem pudesse ser, despertei".
"Pelo que lhes acabo de dizer podem deduzir que um de vós deve preparar-se, porque o Senhor lhe chamará muito em breve à eternidade.
Eu, que contemplei aquela cena, sei quem é, pois o vi quando o espectro apresentou-lhe o papelzinho; está aqui presente, escutando-me, mas não direi seu nome a ninguém até que tenha morrido.
Contudo, farei quanto esteja de minha parte para prepará-lo a bem morrer. Agora que cada um reflita, pois ao melhor enquanto vai-se repetindo: talvez seja fulano, poder-lhe-ia tocar a quem isto diz.
Eu lhes tenho dito as coisas tais e como são, pois de não havê-lo feito, o Senhor poder-me-ia pedir contas o dia de amanhã dizendo-me:
— Cão! Por que não ladrou a seu tempo? Que cada um pense em ficar bem com Deus especialmente nestes três dias que faltam para a Novena da Anunciata.
Façamos com este fim orações especiais e que cada um, em este tempo, reze ao menos uma Salve Regina a Maria Santíssima, pelo que deverá morrer. Assim ao partir desta vida encontrar-se-á com alguns centenares de Salves que ser-lhe-ão de grande proveito".
Ao descer de sua tribuna, alguns jovens lhe perguntaram privadamente mais detalhe sobre o sonho que acabava de referir, rogando-lhe que, já que não queria dizer o nome do qual tinha que morrer, ao menos indicasse se a morte anunciada seria logo ou tarde. O servo de Deus respondeu que talvez não passariam duas festas que começassem com P sem que aquele vaticínio se cumprisse.
— Poderia acontecer — disse — que não passassem nem sequer uma e que o tal morre-se dentro de duas ou três semanas.
Este relato fez estremecer a todos, pois cada um temia ser o jovenzinho indicado no sonho.
Como em outras ocasiões, a narração de (São) João Dom Bosco causou um grande bem e como cada um pensava em seus assuntos, desde o dia seguinte as confissões começaram a ser mais numerosas que de costume; muitos jovens durante vários dias assediaram a (São) João Dom Bosco perguntando-lhe por conta própria, se eram eles os que deviam morrer em breve.
Insistentes foram as pergunta, mas o bom pai trocava de conversação e nada dizia sobre o particular.
Duas idéias ficaram fixas na mente de todos, ou seja: que a morte seria repentina; que a predição se verificaria antes que se celebrassem duas solenidades que começassem por P, isto é: Páscoa e Pentecostes. A primeira caía naquele ano em 20 de abril.
A espera no Oratório era enorme quando em 16 de abril — continua a Crônica de Dom Bonetti — morria em sua casa o jovem Luis Fornasio.
Há algumas coisas que notar a este respeito.
Quando (São) João Dom Bosco disse que alguém tinha que morrer, este jovem que em um princípio não era de má conduta, começou a viver como um verdadeiro modelo.
Nos primeiros dias pediu a (São) João Dom Bosco lhe permitisse fazer sua confissão geral. O servo de Deus não queria aceder porque já a tinha feito uma vez, mas como o moço insistiu, o bom pai determinou agradá-lo.
Fê-la duas ou três vezes. O mesmo dia que pediu este favor ou na mesma data em que começou sua confissão, começou a sentir-se mau.
Permaneceu uns dias no Oratório algo molesto. Tendo vindo dois de seus irmãos a visitá-lo e inteirados de seu mal-estar, pediram a (São) João Dom Bosco que deixasse ao Luis ir casa durante algum tempo.
(São) João Dom Bosco concedeu a permissão.
Aquele mesmo dia ou no dia anterior, Fornasio tinha terminado de fazer sua confissão geral, recebendo a Sagrada Comunhão.
Foi a sua casa, esteve uns dias levantado, mas depois guardou cama.
A gravidade do mal acentuou-se atacando-lhe a cabeça, privando-lhe da razão e do uso da palavra, de forma que já não pôde nem confessar nem comungar mais.
(São) João Dom Bosco foi ao Borgaro a visitá-lo; Fornasio o reconheceu, queria falar-lhe mas não podia, sendo tal o sentimento que se apoderou dele que começou a chorar e com ele toda a família. Ao dia seguinte morria.
Ao saber-se no Oratório a notícia deste falecimento, vários clérigos perguntaram a (São) João Dom Bosco se Fornasio era o jovem que tinha visto no sonho recebendo o papelzinho de mãos do espectro, e o servo de Deus deu a entender que não era ele.
Contudo, muitos estavam convencidos de que a profecia cumpriu-se na pessoa do Fornasio.
Àquela mesma noite de 16 de abril, (São) João Dom Bosco deu a conhecer aos alunos a triste noticia, descrevendo a morte do Luis Fomasio fazendo observar, ao mesmo tempo, que aquele acontecimento dava a todos uma grande lição.
— Que quem tem tempo que não aguarde mais. Não nos deixemos enganar pelo demônio com a esperança de ajustar as coisas de nossa alma perto da nossa morte.
Como lhe perguntassem publicamente se Fornasio era o que devia morrer, respondeu que por então não queria dizer nada. Acrescentou, entretanto, que era costume no Oratório que os jovens morressem de dois em dois e que alguém chamasse ao outro, que por isso todos deviam estar em guarda pondo em prática o aviso do Senhor de estar preparados: Estote parati quia qua hora non putatis Filius hominis veniet.(Estai de guarda que na hora menos esperada vem o Filho do Homem.)
Ao descer da tribuna disse claramente a algum sacerdote e a um clérigo, que não era Farnasio quem no sonho tinha recebido o bilhetinho das mãos do espectro.
Em 17 de abril, durante o recreio depois do almoço, (São) João Dom Bosco encontrava-se no pátio rodeado de certo número de jovens, os quais perguntaram-lhe com interesse:
— Diga-nos o nome de quem vai morrer.
O servo de Deus sorrindo fez sinal com a cabeça de que não o diria, mas os jovens insistiram.
— Se não nos quer dizer isso , diga-lhe ao menos ao (Beato) Miguel Dom Rúa.
(São) João Dom Bosco seguia resistindo.
— Diga-nos ao menos a inicial do nome — pressionavam alguns.
— Querem sabê-lo? — disse ao fim —. Pois os direi: o que recebeu o papelzinho de mãos do personagem tem um nome que começa com a mesma letra que o nome da Maria.
O que (São) João Dom Bosco acabava de dizer não demorou para saber-se em toda a casa.
Os jovens pretendiam esclarecer o mistério, mas era coisa difícil, pois havia mais de trinta alunos cujo sobrenome começava pelo M, não faltaram entretanto os espíritos desconfiados. Havia em casa um doente gravemente chamado Luis Marchisio, de cuja cura se duvidava muito; e, em efeito, em 18 de abril foi levado à casa de seus familiares.
Alguns, suspeitando que (São) João Dom Bosco aludisse ao Marchisio, diziam: — Se for Marchisio, também eu saberia adivinhar que alguém tem que morrer e que seu nome começa pela mesma letra que o nome da Maria.
Dom Bonetti, depois de preencher na Crônica as lacunas dos meses de março e abril, prossegue sua narração fazendo notar a realidade da predição feita por (São) João Dom Bosco ao contar o sonho de 21 de março.
Tinha passado já um mês de tal vaticínio, diminuindo em alguns a saudável impressão que as palavras do servo de Deus tinham produzido em seus ânimos. Muitos, em troca, continuavam perguntando-se:
— Quem morrerá? Quando morrerá? A primeira P correspondente à festa de Páscoa passou.
E eis aqui que em 25 de abril morre improvisadamente de um ataque apopléctico, o jovem Victorio Professor, de treze anos de idade, natural da Viora, Mondoví.
Até o dia da predição tinha gozado este jovem — que era de extraordinária virtude e acesa piedade Eucarística —, de uma perfeita saúde; mas desde fazia um par de semanas padecia uma forte afecção aos olhos, ficando de noite privado por completo da vista, e fazia dois ou três dias padecia também uma ligeira dor de estômago.
O médico ordenou-lhe que pela manhã não se levantasse com outros, mas sim descansasse até mais tarde.
(São) João Dom Bosco, uma manhã, havendo-o encontrado pela escada perguntou-lhe:
— Quer ir ao Paraíso?
— Sim, sim, —, replicou Professor.
— Pois bem; prepara-te — acrescentou o servo de Deus.
O jovem olhou a (São) João Dom Bosco um pouco turbado, mas acreditando que falava em brincadeira, reagiu imediatamente.
Pelo resto, o bom pai, que estava sobre aviso, ia preparando ao jovem com prudentes conselhos induzindo-lhe a fazer sua confissão geral, depois da qual Maestro ficou muito contente.
Em 24 de abril um jovenzinho, ao ver Maestro sentado em um banco da enfermaria, teve uma singular idéia e aproximando-se de (São) João Dom Bosco perguntou-lhe:
— É certo que o que quer morrer é Maestro?
— E eu o que sei! — replicou o (Santo) —, pergunta-lhe a ele.
O jovenzinho subiu à enfermaria e o perguntou a Maestro.
Este começou a rir e foi pedir-lhe a (São) João Dom Bosco lhe deixasse passar uns dias com a família.
Com muito gosto — replicou o bom pai —; mas antes de partir é necessário que o médico estenda um certificado de tua enfermidade.
Esta resposta serve de grande consolo ao jovem que raciocinava desta maneira:
— Tem que morrer um no Oratório; se partir a minha casa é sinal de que eu não sou; passarei umas férias mais largas e voltarei curado.
Na sexta-feira 25, Maestro levantou-se com outros e depois de assistir à a Santa Missa, voltou para sua habitação; mas sentindo-se muito cansado deitou-se, manifestando antes aos companheiros sua satisfação por partir à casa.
Enquanto isso, às nove soou o sinal para a classe, e os companheiros, depois de despedir-se de Maestro e desejar-lhe umas felizes férias e uma boa volta, partiram a suas salas de aula enquanto o doente ficou sozinho no dormitório. Às dez veio a ver-lhe o enfermeiro para comunicar-lhe que o médico chegaria dentro de uns instantes, que se levantasse e fora à enfermaria para falar com ele e pedir-lhe o certificado que lhe havia dito (São) João Dom Bosco.
Pouco depois ouviu-se o sinal da chegada do médico e um jovem da habitação contígua a do moço, que também estava indisposto, aproximou-se da porta do dormitório de Maestro e disse em alta voz:
— Professor, Professor, é hora de ir à visita do médico
Chama-o uma e outra vez e Maestro não responde. O companheiro acreditou que ficara dormido.
Então aproximou-se do leito, toma-o por um braço, volta a chama-lo, sacode-o, mas tudo inútil: estava imóvel.
Impossível explicar o espanto do companheiro; imediatamente começou a gritar:
— Maestro morreu, Maestro morreu!
Correu a comunicar a notícia à enfermaria e o primeiro com quem tropeçou foi com (Beato) Miguel Dom Rúa, o qual até chegou a tempo de lhe dar a absolvição ao moribundo enquanto exalava o último suspiro, comunicou-lhe depois a desgraça a Dom Alasonatti, e eu — diz Dom Bonetti — fui chamar a (São) João Dom Bosco.
A notícia daquele falecimento espalhou-se como um relâmpago por classes e oficinas. Muitos foram ao dormitório e ajoelharam-se ante o cadáver, rezando pela alma do defunto. Alguns esperavam que estivesse ainda vivo, e aproximaram-se do leito com infusões e licores fortes. Mas tudo foi inútil. Quando chegou (São) João Dom Bosco apenas o viu perdeu toda esperança: aquela vida apagou-se.
O pesar era geral, especialmente porque Maestro foi-se deste mundo sem ter ao lado nem um só companheiro.
(São) João Dom Bosco, ao contemplar a consternação que tinha-se apoderado dos jovens, tranqüilizou-os sobre a salvação eterna de Maestro.
Tinha comungado na quarta-feira, e da festividade dos Santos até a data tinha observado uma conduta tal, que dava a entender que aquele jovem estava preparado para morrer.
Clérigos e jovens desfilaram ante o cadáver e ao chorar sua morte, reconheciam que com ela cumpriu-se o sonho de (São) João Dom Bosco.
O (Santo) falou de noite com todos de tal forma, que arrancou lágrimas dos olhos de seu auditório. Fez ressaltar como Deus levou-se a dois jovens do Oratório no espaço de nove ou dez dias, sem que nenhum dos dois tivesse podido receber os auxílios da Religião".
— Quão enganados estão — exclamava — os que dizem que ajustarão suas contas no fim da vida! Mas, demos graças ao Senhor que dignou-se chamar à eternidade a dois companheiros, os quais, temos a segurança disso, encontravam-se preparados para este passo. Quanto major seria nossa dor se o Senhor tivesse permitido que partissem de nosso lado outros que observam em casa uma conduta pouco satisfatória!
Esta morte foi uma bênção do Senhor. Durante a manhã e a noite do sábado os jovens pediam em grande número fazer sua Confissão geral. (São) João Dom Bosco os tranqüilizava dirigindo-lhes algumas palavras.
Depois disse claramente:
— A Maestro foi ao que vi no sonho recebendo o papelzinho de mãos do espectro. O que me consola grandemente é que ele, como vários me asseguraram, aproximou-se dos Sacramentos na mesma manhã da sexta-feira, de forma que sua morte foi repentina, mas não imprevista.
Na manhã do domingo 27 de abril, foi conduzido ao cemitério o cadáver do desafortunado jovem.
Quando o servo de Deus viu no sonho ao espectro apresentando o bilhetinho a Maestro, pôde apreciar que a cena desenvolvia-se diante do portão que conduzia à horta; de ali o misterioso personagem indicou ao jovem o ataúde colocado debaixo de dito portão, a poucos passos de distância.
Quando chegaram os empregados de pompas fúnebres, passando pela escada central, transportaram o féretro para o lugar em que (São) João Dom Bosco tinha visto o espectro e a sua vítima; ali os funerários pediram uns banquinhos para colocar o ataúde, esperando ao sacerdote e aos alunos que tinham que acompanhar o féretro ao cemitério.
Temos que acrescentar que ao chegar Dom Cagliero e ver o féretro naquele lugar, sendo que em circunstâncias análogas o costume teria sido colocar o ataúde ao final dos pórticos junto à porta da escada próxima à igreja, mostrou-se contrariado por aquela novidade, e tão mais ao saber que os da funerária tinham levado ali os banquinhos que estavam colocados com no local tradicional. Portanto Dom Cagliero insistiu para que o caixão fosse levado ao sítio de costume, mas aqueles homens depois de dizer algumas palavras entre dentes, não quiseram mover o féretro de onde estava.
Naquele instante (São) João Dom Bosco saía da igreja e olhando comovido a cena:
— Olhem!, — disse a Dom Francesia e a alguns outros que estavam perto dele — que coincidência!... No sonho vi o caixão nesse mesmo local.
Sobre este fato deixou-nos também uma relação Dom Merlone.
Segundo ele, embora nenhum dos alunos chegou a saber qual seria o companheiro que tinha que morrer, dois da casa conheciam o nome do desafortunado e algo mais.
A fins de fevereiro morreu um jovem que fazia algum tempo tinha saído do Oratório. Dois clérigos veteranos, ordenados in sacris, um dos quais era Dom João Cagliero, ao inteirar-se do ocorrido, uma manhã ao subir as escadas e ao encontrar-se com (São) João Dom Bosco que baixava ao pátio, anunciaram-lhe esta perda para ele sempre dolorosa. (São) João Dom Bosco respondeu:
— Não será esse sozinho; antes que passem dois meses, deverão morrer outros dois.
E acrescentou os nomes.
Com freqüência o servo de Deus fazia semelhantes confidências em segredo, a quem sabia dotados de prudência, para que, sem que os jovens indicados se dessem conta, fossem por eles amigavelmente estimulados a observar boa conduta, a freqüentar os Sacramentos; e para que ao mesmo tempo os vigiassem mantendo-os separados de todo perigo.
Ambos os clérigos assumiram de boa vontade este encargo daquele custódio celestial, mas ao mesmo tempo, tomando um pedaço de papel escreveram a profecia, a data em que (São) João Dom Bosco a tinha anunciado, os nomes dos interessados e depois assinaram. Seguidamente foram à Prefeitura e, selando o escrito, depositaram-na nela para que fosse cuidadosamente guardado.
Mons. Cagliero, quarenta e sete anos depois, confirmou quanto havemos dito e recordava a compaixão que sentiu como resultado da revelação de (São) João Dom Bosco, ao ver aqueles dois jovenzinhos correr alegremente de uma parte a outra do pátio entregues a seus jogos, sem suspeitar o mais mínimo, sobre a morte, embora não desgraçada, que lhes estava reservada; e o cumprimento da profecia no tempo famoso e a emoção que experimentou o mesmo Prefeito quando retiraram os selos ao papel escrito dois meses antes.
(M. B. Volume VII, págs. 123-125)

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